Clareza e bem estar espiritual equilibrando o ecossistema
Esta segunda frase da oração do Caboclo Tupinambá nos remete ao segundo propósito dos tri-varga que é:
Kama – Nos textos védicos clássicos está relacionado a prazer e desejo.
No ocidente Kama, ou prazer, ficou famoso pelo texto clássico do Kama Sutra. Porém aqui mais uma vez trazemos uma reflexão mais ampla de prazer e desejo. A sociedade indiana é extremamente casta, austera e recatada, logo esta concepção libidinoso vem muito mais da fragmentação e enviesamento do conceito por parte dos ocidentais para trazer um manual de sexo e prazer.
Sendo assim Kama fala muito mais das relações humanas, do prazer que nos move a nos relacionarmos com o universo ao nosso redor. No compêndio Nãtya-Sutra, temos este conceito melhor explicado como um profundo estudo das relações humanas, poéticas, arte dramática e dança. Sendo assim o prazer aqui expresso está mais em interagir com o que te faz bem.
E o que a frase “paz no espírito” tem a ver com Kama? Esta frase nos traz uma conotação de tranquilidade e harmonia. Neste momento me vem um dito popular de “colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo”. A paz no espírito para o nosso estudo tem relação com o fluxo natural e tranquilo de nossas relações.
Para obter esta paz, precisamos entender e transformar todas as inquietações de nosso espírito, ou de nossas emoções, instintos e razão. Conflitos relacionais não nos trazem uma mente tranquila. Brigas em família, má relação do casal, falta de comprometimento com pautas que nos são caras, nos remetem a um profundo sentimento de intranquilidade, não nos permitindo “dormir em paz”.
A Própria definição da palavra Prazer (do Latim placere) se refere à experiência que se sente bem, que envolve gozo de algo. Nos traz uma reflexão não lasciva do termo e nos mostra que cheirar uma planta, caminhar em um lugar tranquilo, brincar com uma criança são formas de prazer importantes na vida quanto a concepção que temos.
Tudo na natureza se relaciona e o prazer é a conexão espiritual que se manifesta materialmente em nossas relações. Comer um alimento saudável e gostoso, estar com amigos queridos, pintar um quadro, cantar e/ou ouvir uma boa musica, tudo isso nos gera prazer e nos faz sentirmos vivos e entender a beleza da vida em profundidades inexplicáveis.
Tudo na natureza se relaciona, e o prazer é a conexão espiritual que se manifesta materialmente em nossas relações. Comer um alimento saudável e gostoso, estar com amigos queridos, pintar um quadro, cantar e/ou ouvir uma boa música, tudo isso nos gera prazer e nos faz sentirmos vivos e entender a beleza da vida em profundidades inexplicáveis.
Buscamos neste pilar estabelecer relacionamentos harmônicos com nossos sentimentos, pensamentos, com as pessoas ao nosso redor, com nossas casa, sociedade e planeta, contribuindo para uma boa relação com todo o ecossistema.
Dois conceitos ancestrais importantes embasam este pilar:
Mitakuye Oyasin, Por todas as nossas relações – conceito xamânico.
Ubuntu – significa generosidade, solidariedade, compaixão com os necessitados, e o desejo sincero de felicidade e harmonia entre os seres humanos – conceito africano.
Neste ponto do estudo entenderemos quais relações nos fazem bem (prazer) e quais nós precisamos deixar de lado. Como estabelecer relações afetivas em todas as áreas e planos de nossas vidas, saboreando os prazeres do que é se sentir bem quando estamos em harmonia com todo o ecossistema.
Após estabelecermos Artha (prosperidade), buscaremos Kama (prazer). Nossa bússola espiritual adquire movimento, Kama permite que a agulha da bússola se movimente para todas as direções, porém, precisamos agora buscar um norte, uma direção espiritual para esta agulha nos guiar. Buscamos agora “Dharma”, o “Amor no coração”