Inspirado neste trecho da oração do nosso querido Caboclo Tupinambá fazemos um paralelo com a filosofia védica, os Tri-Varga, que são, segundo essa filosofia, os propósitos da vida – Artha, Kama e Dharma.
Refletindo sobre o “corpo”, temos:
Artha – Nos textos védicos clássicos está relacionado à riqueza e prosperidade. A vida precisa ter prosperidade e riqueza para que você consiga viver a plenitude espiritual; na escassez o indivíduo dificilmente conseguirá seguir seu caminho espiritual.
Para nós, riqueza e prosperidade devem fazer parte da vida de todo o ecossistema, pois a espiritualidade deve ser vivida de forma coletiva. Prosperidade e riqueza então tomam forma de uma vida plena, nutrida de todas as necessidades materiais necessárias para seu desenvolvimento, nem mais nem menos. Prosperidade não tem a ver com acumular, mas com ter o necessário para que você tenha estrutura para exercer sua espiritualidade. Não está relacionado com ganância ou acúmulo, mas com abundância e sustentabilidade.
A prosperidade só pode existir se o ambiente é saudável, logo sustentável. Toda a cadeia envolvida contribui e se vale deste ciclo absorvendo e repassando o que não lhe cabe a outras etapas desta cadeia permitindo assim um ciclo infinito de sustentabilidade.
Um corpo saudável e vitalizado esbanja prosperidade e riqueza, podendo ser um instrumento divino da manifestação sagrada compartilhando valores, pensamentos e ações saudáveis.
Compreender o que consumimos como alimento para o corpo, alma e espírito fazem parte da sua “colheita espiritual” pois se colhe o que planta.
A ecologia é a ciência da saúde do planeta. O planeta é próspero e rico, quando permitimos que ele manifeste sua pujança provendo a humanidade com tudo o que é necessário a todos os filhos da terra. Dito isso, entendemos que as diversas ciências naturais sustentáveis como a agroecologia, a permacultura, a ocupação racional do planeta, as energias renováveis são também temas de reflexão e interação, para que tenhamos um ecossistema saudável e uma harmônica como todos os seres.
Partindo da premissa ecológica, refletimos que o macro se manifesta no micro, sendo assim consumir alimentos saudáveis, informações saudáveis e tendo ações que prosperem saúde ao que nos cercam é fundamental para a regulação do ecossistema.
A prosperidade passa pelo respeito à diversidade de todos os ecossistemas e povos do planeta, sendo assim uma convivência harmônica e respeitosa entre todas as manifestações humanas é fundamental para quem quer buscar equilíbrio
A Ecoespiritualidade traz reflexões sobre nosso papel em todas as estruturas do planeta desde o básico; como você se alimenta, qual tipo de informação você consome, o quanto você acumula e desperdiça. Se você ampliar sua consciência, perceberá que isso reflete em toda a cadeia ecossistêmica passando pela interação com a família, sociedade e meio ambiente.
Nossas ações sempre refletiam em todo o planeta, porém agora com a era da comunicação e globalização isso apenas ficou evidente e rápido. se você observar com carinho perceberá que atitudes egocêntricas sempre afetaram a vida de muita gente em regiões que você nem imaginava, a diferença é a consciência que as populações tinham deste efeito. Os recursos são finitos em todos os planos. o consumo exagerado ou o desperdício afeta toda a cadeia evolutiva, logo, pensar em prosperidade e riqueza está mais relacionado com a responsabilidade com que você usa os recursos que a vida dispõe do que com o acúmulo. Afinal, em um mundo com recursos finitos, se você acumula, alguma parte da cadeia está em falta, desta forma a exploração e a opressão prevaleceram no ecossistema. Para o corpo propomos buscar reflexões de áreas como a ecologia, medicinas tradicionais como a Chinesa, Ayurvédica, dos povos originários de todo o planeta e inclusive dos saberes ancestrais brasileiros.
Uma vez que tenhamos “Saúde no Corpo” ou Artha em nossas vidas, temos a estrutura da nossa bússola na busca espiritual, e aí podemos buscar o segundo pilar que é:
